Biológicos para uma agricultura mais sustentável

A Cooperalfa

“Fitossanidade na era dos bioinsumos” foi o tema debatido durante o Enfit-Sul realizado na AARA, em Chapecó

Publicado em 12/05/2025

Preocupada em contribuir com a atualização constante de seus profissionais, a Cooperalfa apoiou uma programação especial entre os dias 07 e 08 de maio, na sede da Aara, em Chapecó. A segunda edição do Encontro Sul-Brasileiro de Fitossanidade e o V Workshop Estadual sobre Manejo Fitossanitário, realizado pelo Epagri, Cidasc e outras instituições, reuniu mais de 600 participantes, sendo mais de 60 da Alfa.


Dois dias de muito conteúdo puramente técnico, com informações aprofundadas sobre um tema que não é apenas uma tendência, mas sim, uma realidade cada vez mais presente no campo: o uso de bioinsumos. O assunto rende muito debate e é preciso evoluir, como afirma o agrônomo e coordenador de pastagens da Alfa, Alexandre Ramos. “Todos acreditam e o mercado sinaliza para a chegada de novas empresas e produtos, e o evento traz essa clareza de que é importante saber mais sobre controle biológico, sendo que é um campo a ser explorado. Há uma tendência que deve movimentar muito a economia do agro, porém, são produtos que devem ser utilizados de forma complementar aos manejos que já conhecemos, com o uso de químicos”, destacou Alexandre que também integrou a equipe organizadora do evento junto ao coordenador agrícola, Claudiney Turmina. “A ideia é que se busque um equilíbrio dos organismos presentes nos ambientes e quem ganha é o consumidor final que terá um produto com menos residual, mais seguro e que agride menos o meio ambiente, com foco em mundo mais sustentável”, completou.

 



O primeiro palestrante do evento, na manhã do dia 07, foi o Dr. Marcos Faria, da Embrapa de Brasília. Ele comentou sobre o uso de fungos no controle de insetos. “Temos mais de 200 produtos comerciais desta natureza e expliquei sobre o modo de atuação desses fungos e critérios para a avaliação de itens que muitas vezes são apresentados às equipes técnicas e é preciso avaliar o que é bom e eficiente. Acho que um dos principais desafios é construir um novo arcabouço legal, novas portarias e normativas para orientar as empresas quanto à eficácia agronômica desses produtos”, explicou.

 

O 1º vice-presidente da Alfa, Cladis Jorge Furlanetto e o 2º vice-presidente, Edilamar Wons, marcaram presença na abertura oficial e destacaram a importância da oportunidade e, essencialmente, de que as informações cheguem aos produtores associados, ampliando a bagagem de conhecimentos e fazendo com os resultados de produtividade sejam cada vez mais efetivos. “A Alfa reconhece a importância do trabalho em parceria com instituições como Embrapa, Epagri, universidades, entre outras, sendo que o objetivo é o mesmo: melhorar a renda do produtor, incentivar que ele permaneça no campo; e é muito válido saber que os profissionais buscam constantemente mais conhecimento. Percebemos que há uma aliança ainda mais próxima entre os ramos público, privado e as cooperativas, para impulsionar a informação”, ressaltou Cladis.

Da mesma forma, Edilamar enalteceu sobre a satisfação em acompanhar um evento que reúne pesquisadores para falar sobre tendências na área de fitossanidade. “Sabemos que o mundo está atento à questão dos biológicos e de como são conduzidas as lavouras no Brasil. Devemos, junto à Epagri e outras entidades, ver o que irá propiciar retorno aos nossos associados”.

 

Em sua palestra como tema: Bioinsumos: mercado, tendências e aplicações, o professor Dr. Italo Delalibera Jr., de Piracicaba, São Paulo, comentou que o diferencial do evento é ter uma grande quantidade de técnicos que sentem a necessidade de conversar a linguagem dos bioinsumos. “Com o tempo, mudamos paradigmas de uma agricultura muito baseada em moléculas sintéticas para uma versão mais biológica e sustentável. Isso envolve uma série de mudanças, inclusive a compreensão de rótulos, microrganismos e os momentos para fazer as aplicações. Crescemos muito em quantidade e agora avançamos em qualidade, aumentando o portifólio e opções para o produtor, contudo, ainda há muitos desafios”, pondera o pesquisador.


Palestra do professor Dr. Italo Delalibera Jr.


Para o agrônomo que atua na regional de Erechim/RS, Fábio Perego, o momento foi muito oportuno. “Um evento de grande nível, onde falamos sobre a fitossanidade de modo geral e o quanto estamos evoluindo na questão de produtos biológicos, sem esquecer a importância de atrelar ao uso de químicos na busca por resultados ainda mais promissores nas propriedades”.

 

Equipe da Alfa presente na programação


 

O pesquisador da Epagri, Dr. Leandro Prado, aprofundou exatamente sobre essa interação em sistemas de produção de milho e soja. “Esse tema muito nos orgulha enquanto brasileiros que atuam no meio do agro, pois somos líderes mundiais no uso de produtos relacionados ao controle biológico. Por isso, buscamos discutir de que modo podemos posicionar novos produtos e tecnologias, de origem biológica ou produtos bioquímicos, no contexto de manejo fitossanitário das culturas, para tentarmos contornar alguns problemas relacionados ao controle químico tradicional, a exemplo do controle de resistência. Por isso, reunir diversos elos do setor produtivo para discutir sobre essas tecnologias, é muito importante, tanto para agregar em novas tecnologias, como na busca por uma agricultura mais sustentável. Muitos desses produtos vêm para incrementar produtividade, reduzir custos de produção e amenizar o impacto de fatores abióticos, tais como radiação solar, temperatura, luz, umidade e ventos, os quais não temos controle”. 


Palestra do pesquisador da Epagri, o Dr. Leandro do Prado Ribeiro


Segundo o engenheiro agrônomo da Alfa em Guaraciaba/SC, Gustavo Lippert, a temática está cada vez mais presente no dia a dia de trabalho e que os bioinsumos já possuem uma adesão expressiva na regional onde atua. “É a hora de buscarmos mais conhecimento para levarmos até os produtores. A área de bioinsumos possui um mercado amplo e que aos poucos estamos aprendendo, sendo que é algo que veio para ficar e precisaremos desses produtos para obter melhores produtividades. Vale dizer que o Enfit-Sul contribui em nosso direcionamento para melhorarmos a eficiência no campo”, afirmou Gustavo.


 

O 2º Enfit-Sul contou, ainda, com apresentação de pôsteres e espaço Networking.

 


Assessoria de Imprensa Cooperalfa.